E de dentro do baú saiu este texto...
"É
Inverno, o dia está cinzento e chuvoso, e como qualquer domingo que se preze
em minha casa, as refeições fazem-se tarde, respeitando um despertar tardio e
uma moleza generalizada característica do fim-de-semana. São
normalmente refeições de elaboração demorada, com recurso muitas vezes a
receitas novas devido ao gosto pela culinária e por novos sabores ou
combinações de sabores.
Desta vez a
receita não era nova, bem velhinha até...Papas
de milho ou, como é talvez mais conhecida, Xarém. Para mim serão sempre Papas
de milho, pois foi por este nome que sempre as conheci e têm um sabor um
pouco diferente do Xarém que provei
em restaurantes. Na verdade estas diferenças devem-se ao facto de, apesar de
ser um prato tipicamente algarvio, ser preparado nesta região de diferentes
formas e recorrendo a diferentes ingredientes.
Tendo como ingrediente principal a farinha de milho, a receita passa de geração em geração.
Apesar de
simples, este é prato reconfortante, não só para o estômago como para o
espírito. Associo-o essencialmente à família e isso faz-me sentir bem.
Para além de
satisfazer uma necessidade fisiológica, uma vez que a fome já se fazia sentir,
esta refeição constituiu para mim um momento de prazer, associado não só a um
prato “tradicional” como também a uma refeição realizada no conforto do lar na
companhia da família."